terça-feira, 31 de julho de 2007

.:O TAL PECADO


Então o que será que acontece conosco quando pecamos?O que muda dentro do nosso coração e na nossa vida? Mas... Será que muda mesmo?
A verdade é que não percebemos na hora em que cometemos o pecado aquilo que ocorre conosco porque acontece no plano espiritual primeiro, então a conseqüência deste pecado só será sentida ou notada pelos outros, com algum tempo.
As conseqüências do pecado atingem toda a nossa vida espiritual, social, profissional, enfim acaba por atingir tudo o que diz respeito a nós. Causa ainda um tipo de “cegueira” que nos impede de ver o que está acontecendo. As coisas- especialmente as espirituais- começam a ser relativas, não têm tanto peso nas decisões como antes. Os conceitos que antes eram tão valiosos começam a ser mudados e às vezes esquecidos por motivos banais. Os compromissos começam a ser trocados por outras coisas menos importantes.
O perigoso é que não percebemos tudo isso ocorrendo, e às vezes só vemos quando já não temos forças para lutar contra os efeitos do pecado. Ele tira as forças da alma, causa um cansaço que impede de caminhar porque estamos envolvidos numa malha fina da qual não conseguimos nos livrar. Então este é o motivo pelo qual muitos hoje em dia tentam, lutam, mas não conseguem, não encontram forças e nem conseguem enxergar uma maneira de sair, primeiro por causa do cansaço e depois por causa da cegueira. “O pecado rouba as forças e a formosura da alma”, diz o devocionário Imitação de Cristo, então a alma fica perdida e presa dentro de nós andando errante em busca do seu Senhor mesmo sem saber disso.
Quando se vive esta situação, existe sempre uma angústia que quase sempre causa um sufocamento interior, é a lei da própria natureza, quem não respira não vive, e assim é também com alma.
Os efeitos do pecado são muito degradantes, podem demorar a desaparecer e só Jesus é quem tem o poder de fazer isso, pois foi para isso que Ele veio ao mundo. Só Aquele que é a Vida pode trazer novamente a centelha vital à nossa alma, pois sem alma não temos vida. Então a alegria volta a fazer parte da vida outra vez, porque o salário do pecado é a morte, ou seja, pecar é morrer, e Jesus é a Vida que nos renova e mais do que isso nos salva.
Como então vencer o pecado e suas conseqüências? O melhor seria se não chegássemos a conhecer suas conseqüências tendo que remediar depois, prevenir evitando as ocasiões será sempre a melhor opção. Mas se acabamos por nos embaraçar nas malhas do tal pecado o remédio é uma sucessão de decisões e atitudes, que às vezes têm que ser drásticas e chegam a ser doloridas porque já estamos tão arraigados ao mal, que ele já faz parte de nós.
A graça de Deus nos ajuda é claro, mas somos nós os maiores responsáveis pela nossa libertação. E assim como nas bodas foi necessário que os serventes enchessem as talhas com água, também precisamos dar a nossa “água” para o milagre acontecer em nossa vida também.

Fabrício Alves

Jesus assumiu a nossa culpa, mas nao somos culpados...somos AMADOS!


Se Jesus assumiu toda a nossa culpa e nossos pecados, é claro que Ele sofreu as conseqüências do pecado, mesmo sem tê-lo cometido.
Como o corpo de Jesus é místico e como o pecado não podia tocar-lhe a alma, feriu o Seu corpo. “O salário do pecado é a morte”, Jesus provou da morte que é conseqüência do pecado.
O corpo de Jesus ilustra de forma inefável, como fica a nossa alma por causa do pecado.
Toda a imagem da Cruz revela os caminhos do pecado. Vejamos do que se trata:
-Jesus é coroado de espinhos. Tem a cabeça ferida. Nossos pensamentos, nossa razão e orgulho nos fazem pecar contra Deus.
-Nossas mãos, pecam ao praticarem delitos e ao se fecharem à caridade e ao irmão.
-Nosso coração ferido pelo ressentimento nos leva pelos caminhos da falta de perdão, que nos afasta de Deus e do irmão.
-Nossos pés, que não obedecem aos mandamentos, e nos fazem caminhar em lugares e estradas que não nos levam a Deus.
-Nossos joelhos que não se dobram diante de Deus para adorá-Lo.
Enfim a imagem do Cristo crucificado, Suas chagas e aspecto, revelam de forma mística o que acontece com a nossa alma quando tocada pelo pecado. Trevas, tremor, morte... Pois como o pecado não pôde entrar na alma de Jesus, as feridas ficaram expostas, porque Sua alma é pura e não há lugar para a mancha do pecado.
Já em nós, as feridas estão dentro; escondidas, mas não menos purulentas, repugnantes e graves que as do corpo do Cristo na cruz.
Contudo, se para tratarmos a ferida, precisamos vê-la, basta olhar para o Cristo na cruz. Em verdade “ fomos curados pelas Suas chagas” ( cf Isaías 53, b), portanto, se ao olharmos para nós mesmos não conseguimos ver aquilo que nos mata, olhando para Jesus crucificado podemos ver e clamar ao Senhor a graça da cura oferecida e garantida na cruz.
Olhando para Ele, conseguimos enxergar por onde começar e que caminho seguir para não provarmos do cálice que o próprio Jesus tomou no Gtsêmani, no nosso lugar.
Quem nunca assumiu uma culpa que não tinha, para livrar (defender) uma pessoa querida? Foi exatamente o que fez Jesus. “ Ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniqüidades; o castigo que nos salva pesou sobre Ele;” ( cf Isaías 53,5).
Outra coisa maravilhosa de saber, é que cada um de nós estava naquele momento em que o Salvador pendia no Madeiro salvífico para nos dar a vida. Cada chaga de Jesus era um de nós. Inflamada sim, mas impressa no corpo Daquele que pode nos curar.
Jesus foi ferido na cabeça para curar os nossos devaneios e desequilíbrio, foi ferido nas mãos para curar e limpar os nossos delitos individualistas e egoístas, ferido no peito, para curar nosso coração, chagado, solitário, desiludido, abandonado. Foi ferido nos joelhos para nos ensinar que aquele que fere os joelhos na oração, pode salvar-se e levar outros a salvação, para mostrar o poder da oração, ferido nos pés para libertar os nossos passos presos ao comodismo e ao pecado, para romper as correntes que nos prendem covardemente ao passado, e nos impedem de caminhar para frente e crescer, em graça e espírito, rumo ao Céu.
Portanto a Cruz, é um posso inesgotável de tesouros eternos, corramos ao seu encontro e a amemos.
Fabrício Alves