segunda-feira, 11 de junho de 2012

Dai pois, a Deus o que é de Deus...






 “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. E eles ficaram admirados com Jesus. (Mc 12,17)

Sempre ligamos o texto acima à justiça, se é certo ou não pagar impostos ao governo ou o dízimo à Igreja. Todavia gostaria de convidar-lhes a lançar um olhar diferente.
Diante de um mundo que caminha para o relativismo, que incentiva a depreciação dos valores humanos mais profundos, e que tem descaracterizado a imagem da pessoa humana, somos chamados a reconstruir esta imagem.
Cada vez mais a imagem do ser humano está sendo associada aos prazeres efêmeros e estéreis, perdeu-se a identidade própria, as pessoas se tornam naquilo que e os outros esperam que sejam, e para fazer isso, abrem mão de sua dignidade e amor próprio.
Em Gênesis 1,26-27 o escritor sagrado afirma que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança.
Juntando o texto de Marcos ao de Gênesis, podemos ver com outra perspectiva a afirmação de Jesus.
É uma questão de lógica, se na moeda está gravada a imagem de César, esta lhe pertence por direito e deve ser-lhe devolvida.
Se portanto fomos criados a imagem e semelhança de Deus, está impressa em nós a Sua imagem. E se seguirmos a linha de pensamento de Jesus “... dar a Deus o que é de Deus”, não deveríamos sempre voltar a Deus a nossa vida, já que a imagem impressa revela a quem pertencemos?
Esta imagem está gravada desde sempre em nós, e produz em nós uma inclinação natural às coisas do alto, pois de lá viemos e para lá temos que voltar.
Precisamos redescobrir a quem pertencemos e fazer o caminho de volta. Precisamos resgatar a nossa identidade seqüestrada ainda que esse resgate custe tempo, suor e lágrimas, pois só assim o nosso coração encontrará paz e saciedade, pois disse Jesus “... aquele que beber da água que eu lhe der jamais terá sede. (João 4,14)

Fabrício Alves

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